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Matéria: PEQUENA EMPRESAS & GRANDES NEGÓCIOS

Delícias que dão água na boca. Os doces têm sabor de história. A influência portuguesa trouxe receitas açucaradas à base de ovo. São quindins, fios de ovos, bombons. Em cada doce, um segredo. Esta é a maior herança preservada pelas famílias de Pelotas.

“Eu brincava com bonecas, fazendo bolos e doces. Aprendi com minha avó também a fazer doces, então eu gostava. Eu amo fazer doce, eu adoro fazer doce”, orgulha-se a doceira Anette Ruas.
E Anete transformou esta paixão num bom negócio. Há quatro anos, ela produz doces para vender na cidade. Mas teve de enfrentar a resistência dos próprios filhos.
“A gente pedia para ela parar. Que era pra fazer só aqui pra casa, que não tinha como ela continuar vendendo isso aí nos lugares, que era muito pequeno fazendo na cozinha”, lembra o filho da empresária, Michel Ruas.

Aos pouquinhos, Anette começou a ter lucro e os doces se tornaram o sustento de toda família. Hoje, todos os filhos trabalham com a mãe. Para crescer, a doceira investiu R$ 60 mil numa fábrica. Ela também procurou o Sebrae em busca de capacitação. Lá, descobriu que trabalhar no setor de alimentos exige comprometimento total com a higiene.

“Em relação aos funcionários, eles têm que usar touca no cabelo, não podem ter as unhas compridas, não podem usar brincos, nem anéis”, explica Cristiane Ruas, outra filha da empresária.

Para divulgar o produto e vender mais, Annete organizou a empresa. Com os treinamentos, a empresária percebeu que para chegar a novos mercados é preciso fazer doces saborosos e também com um visual bonito. As delícias ainda são artesanais, mas seguem um padrão de forma e tamanho. A empresária também participou de feiras do setor e fez contatos. Hoje, vende seus doces em padarias, confeitarias e cafés de todo Rio Grande do Sul e Santa Catarina.

“A gente tem responsabilidade com a qualidade. Para depois conseguir o preço melhor para o cliente, a forma de entrega desse doce, como esse doce vai chegar nessa cidade. Tem que ser da forma correta. Bem embalado”, mostra Michel.

E para atender o mercado, a produção da empresária Anette Ruas cresceu. Hoje ela fabrica 40 mil doces por mês.
“Eu estou levando o nome da minha família a todos os lugares. Fora do meu estado, fora de Pelotas, fora do Rio Grande do Sul. E é prazeroso para mim. Eu tenho muita felicidade com tudo isso que eu faço”, diz Anette.

A cidade de Pelotas também é famosa pelas frutas em conserva. Uma tradição herdada dos colonos italianos, alemães e franceses.

“A dona de casa pegava a fruta, tinha o seu tacho, fazia o fogo e, no mínimo, o doce ou a geléia era feita artesanalmente em casa. Depois, também com uma produção maior, para ter o produto todo o ano, era feito em vidros”, conta o empresário Martin Simon.

Martin Simons abriu esta fábrica há 34 anos. Hoje, ele produz mais de 200 mil latas por dia. As frutas em calda são enlatadas num processo automático. Hoje, a empresa garante que pode rastrear os ingredientes de todos os lotes fabricados.

“A gente vai saber a origem, por exemplo, da lata, do açúcar, do pêssego. Todo o produto vai ser identificado nesse processo”, diz o gerente de produção, Ingo Kuhn.

Os clientes são grandes redes de supermercado, que exigem um rígido controle de qualidade. Na fábrica, é preciso evitar qualquer tipo de contaminação. A tela protege contra a entrada de insetos na área de manipulação das frutas. Os funcionários só entram na linha de produção depois de lavarem as botas e as mãos.
“O Sebrae busca fazer um trabalho há bastante tempo no setor de conservas de Pelotas no sentido de capacitar o produtor, para que ele tenha uma excelente qualidade de produto. Tendo isso, ele pode trabalhar também a qualidade na indústria”, declara a técnica do Sebrae, no Rio Grande do Sul, Márcia Thier.

As embalagens também ficaram mais modernas. A empresa conquista mercado no exterior e já vende 15% de tudo o quê produz para o Uruguai e para a França. Assim, valoriza o que é brasileiro.

OBS.: Infelizmente o link desta matéria, não encontra-se mais online no site da Revista Pegn, cujo link era:
http://pegntv.globo.com/Pegn/0,6993,LIR162813-5027,00.html